sexta-feira, 24 de junho de 2011

Para onde vamos?

Sou de um tempo em que o mundo iria acabar no ano 2000. Um tempo em que as pessoas eram mais tementes a Deus e mais respeitadoras de seus desígnios.

Lembro bem que cresci acreditando que tudo iria se acabar no alvorecer do ano 2000. Era questão de tempo para que tudo se transformasse em uma bola de fogo e todos nós virássemos churrasquinho.

Quando esses pensamentos me assolavam o jeito era procurar diversão para esquecer o problema momentaneamente. Durante a noite, quando eu ainda era um menino magricela de orelhas grandes e chegava a hora de dormir, minha aflição aumentava só de pensar no fim do mundo.

O ano 2000 já vai longe, o mundo segue sendo o mesmo, o fogo não veio e o que nos resta de certeza é que um dia iremos partir desta para algum lugar. Mas, para onde? Para onde iremos depois que a vida chegar ao ponto final?

Minha mãe vivia dizendo que alguém disse que ouviu dizer que depois que a gente fechasse o paletó de madeira o destino seria um bangalô. Sua certeza era tanta que passava as horas de seus últimos dias no aguardo do momento de se juntar ao seu ‘véio’ em um desses bangalôs.

Se isso realmente ocorreu não posso afirmar, mas a verdade é que torço para isso ser verdade. Dessa forma meus pais poderiam dar continuidade à bela vida que tiveram juntos por aqui.

Deixando o bangalô de minha mãe de lado, a indagação sobre o destino de cada um de nós continua sem resposta concreta. Ninguém, que eu saiba, voltou pra contar como é por aquelas paragens.

Às vezes me pego pensando como seria o lado de lá. Um campo de relvas e flores brancas para os bons? Um mar de fogo para os maus? Sei lá! Prefiro nem pensar nisso.

O melhor mesmo é aproveitar o que resta da vida para angariar boas ações e seguir aquilo que tenho como doutrina. Conquistar boas amizades, fazer boas coisas para quem necessita e conhecer lugares bonitos, pois só assim minha mala estará pronta para a última viagem.

O destino? Prefiro não pensar muito nisso e deixar para o próprio destino a resolução. Se for para um bangalô, ótimo. Desde que seja ao lado de todos aqueles que por aqui passaram e fizeram parte da minha breve história.

Caso o destino seja outro, que seja pelo menos algum lugar onde eu, enfim, possa descansar meu esqueleto em paz. Afinal, o bicho já tá ficando arcado e cansado de tanto carregar meu corpo por essas bandas.


Atenção passageiros com destino ao destino desconhecido. Queiram afivelar suas malas, apertar seus cintos e ocupar suas mentes com pensamentos positivos. A última viagem vai começar e o destino é...

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei Butti! Eu tenho comigo que no final de nossa existência seremos chamados diante do Criador e indagados: "Qual foi a melhor época de sua vida terrena"? E aí, responderemos e seremos enviados por Ele para essa época maravilhosa de nossas vidas e lá passaremos a eternidade. Até a próxima. Abraços!

Anônimo disse...

Adorei Butti! Eu tenho comigo que no final de nossa existência seremos chamados diante do Criador e indagados: "Qual foi a melhor época de sua vida terrena"? E aí, responderemos e seremos enviados por Ele para essa época maravilhosa de nossas vidas e lá passaremos a eternidade. Até a próxima. Abraços!

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