Comigo não
foi diferente, muitos amigos foram fundamentais para que cada obstáculo fosse
transposto com mais facilidade. Em cada fase da vida sempre tive uma mão amiga
estendida em minha direção.
E um desses
amigos guardo até hoje no meu baú de memórias, em um lugar especial e reservado
para pessoas especiais. E dele guardo muitas lembranças boas.
Mauro Gomes
Ferreira, que eu chamava de Urubu por causa de sua pele queimada de sol, foi um
desses amigos que podemos classificar como verdadeiros. Se eu o chamava de
Urubu, em contrapartida, pela minha dificuldade de enxergar de longe, ele me
chamava de Corujinha.
No início da
década de 80 tive o privilégio de trabalhar como recenseador na contagem dos
habitantes feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Como havia passado em primeiro lugar na prova, pude escolher o bairro que iria
atuar.
Escolhi a
Vila Bazani, por ser um bairro que eu gostava e por ser populosa, oferecendo
assim um ganho maior. Como também havia passado na prova, o Mauro ficou com
aquela parte alta da Vila Ilze, que outrora era conhecida como Risca Faca.
Fizemos um
acordo para efetuar o serviço com mais tranquilidade e, assim, durante a semana
o Mauro subia para a Vila Bazani para me auxiliar e, nos finais de semana lá eu
rumava pro Risca pra dar uma mão pra ele.
Lembro que
quando passava das quatro da tarde e eu estava no interior de alguma residência
do meu setor, ouvia o assobio característico dele, avisando que estava na área.
Como era professor de Educação Física, era preciso cumprir sua carga de aulas
para só depois iniciar o trabalho no censo.
Mauro era de
casa e eu também frequentava a casa dele, sempre bem recebido pela Zezé, sua
esposa, e pelos filhos Luciana e Rafael. Lembro que muitas vezes saíamos para
levar os dois pequenos passearem e, enquanto ele levava a Luciana nos ombros,
eu fazia o mesmo com o Rafael.
Aos sábados
pela manhã era comum a gente se encontrar na loja Bi Esportes, do Bi Sartorato,
e dali, muitas vezes, descíamos até a casa do Bi, no bairro do Cubatão para um
churrasco. E era sempre o Mauro o responsável pela churrasqueira.
Maurinho foi
embora em janeiro de 2012 e eu não tive coragem de ir dar um último adeus
àquele amigo. Preferi guardar na memória seu jeito alegre, brincalhão e
diferenciado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário