Não sei se virei saudosista, se estou
ficando velho ou qualquer coisa do gênero, mas a verdade é que estou cada vez
mais convicto da necessidade de se preservar o passado e suas lembranças e tudo
o que é importante para o prosseguimento de nossa existência. Afinal, apesar de
muitos acreditarem que quem vive de passado é museu, sem nosso passado não
somos ninguém.
Zapeando
pelo site organizado pelo Sérgio de Freitas, que infelizmente não existe mais
desde que seu autor partiu dessa para melhor, me deparei com verdadeiras
relíquias do nosso passado. Um tempo que não tive o privilégio de viver, mas
que sei ter sido um período de ouro para o cultivo de nossas reminiscências.
Viajando
pelo tempo naquelas fotos e informações, constatei o quão importante elas são
para a construção do alicerce de nossa existência. Pessoas, estabelecimentos,
fatos e pedacinhos da história de nossa terra e nossa gente estão ali
retratados pelo autor.
Ali pude
conhecer figuras folclóricas, das quais só tinha ouvido meus avós ou meus pais
falarem. Também relembrei e matei a saudade de pessoas que povoaram minha
infância e que hoje já não estão mais entre nós.
O
historiador é uma figura de fundamental importância para uma comunidade. Tenho
plena consciência do valor de pessoas desse naipe, como o próprio Sérgio de
Freitas, o Arlindo Bellini e os inesquecíveis João Torrecillas Filho e Jácomo
Mandato, que nos dão ou deram um rico legado de pequenos detalhes, que
amealhados como uma colcha de retalhos, formam toda a história de nossos
antepassados.
Vasculhar
o baú de lembranças é algo que machuca o coração, mas que refresca a alma. É um
exercício, ao mesmo tempo doloroso e salutar. Um homem sem passado ou sem
memória não tem motivos para seguir em frente.
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