Quando se é criança é o colo da mãe que procuramos se algo nos
aflige. É nele que buscamos a proteção contra qualquer ameaça.
Comigo não foi diferente. Quando algum
pesadelo me atormentava durante o sono, lá estava ela, do meu lado, para dar
proteção e acalmar meu pequeno coração.
E é incrível como, tantos anos depois,
ainda tenho guardadas na memória inúmeras passagens que me fazem retroceder no
tempo e ter a sensação de estar na janela do banheiro, olhando para as casinhas
que compunham a paisagem ao alcance dos meus olhos.
Era sempre ali, naquela janela, de frente
para o Cubatão, que ainda não tinha a grandeza de hoje, que minha mãe, com sua
psicologia caseira, me fazia tomar o leite que eu muitas vezes não queria. Era
contando quantas casas de cada cor havia no horizonte que ela me levava no bico
e fazia com que o leite se transformasse em mero detalhe.
Talvez ali eu tenha tomado gosto pela estatística e pelos números,
como tenho até hoje.
Lembro como se fosse hoje das nossas
brincadeiras. Como gostava de brincar de futebol, minha mãe se transformava no
goleiro adversário. Incorporava o goleiro José Poy, como sãopaulina fanática,
para defender os chutes que eu desferia com a perna esquerda.
Ainda estão bem vivas em minha memória
suas brincadeiras, piadas ou anedotas, como dizia, e a facilidade para as adivinhações.
Era sempre a primeira a acertar qualquer tipo de charada.
Hoje, depois que Deus a levou, me pego
muitas vezes de coração apertado, relembrando passagens de minha infância e
muitas vezes sinto sua presença ao meu lado, me confortando e dando forças para
seguir em frente. Talvez até nesse momento, em que tento segurar as lágrimas,
que teimam em turvar minha visão, e engolir o nó que insiste em apertar minha
garganta, sinto que meus pensamentos voam transportados por uma força inigualável.
Uma força que só as mães possuem. Uma
força que sinto todos os dias, em todos os momentos, e que me impulsiona para
seguir em frente.
2 comentários:
Oi Butti,
Falando agora como mãe, posso garantir que esse amor que você cita, é o mais puro, o mais belo e o maior de todos. Um amor que chega até doer dentro da gente e que pelos filhos somos capazes de TUDO!
Um grande abraço.
Obrigado Dani, acredito que não só as mães, mas também os pais. Abraços a todos e volte sempre Humberto Butti
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