quinta-feira, 4 de março de 2010

As batalhas no campo do Paulistinha

Nunca fui um craque da bola, mas tinha meus predicados. Na infância e começo da adolescência, além do Palmeiras, meu time era o Paulistinha.

Formado na rua de casa, no quarteirão da Comendador João Cintra, entre a XV de Novembro e a Ladeira São João, nosso time era temido em todos os cantos da cidade e na zona rural também.

E era no campinho, que nós mesmos cuidávamos, ali pertinho do ribeirão da Penha, onde hoje passa a avenida dos Italianos, que nosso time treinava no final da tarde e jogava aos domingos. Com a camisa vermelha, tingida e com números feitos com tinta de pintar carroceria de caminhão, nosso Paulistinha dificilmente era batido.

Grandes valores passaram pelo time, como a família Venturini, que colaborava com a maior parte dos jogadores com o Fernandinho (Déo), Tadeu, Tião, Sérgio e o Zé Antonio. Mas tinha também os irmãos Tonho e Wilson Coelho, o Vanderlei Zangelmi, o Coquinho Galizoni e o Vicente Gomes (Pifu). Alguns, como o Tião e o Tadeu, depois vestiram a camisa do Itapira AC no futebol profissional.

Como era bom descer a avenida Brasil e passar pelo caminho que tinha ao lado da antiga fábrica de estofados da Jupira. Por ali tínhamos acesso ao nosso campo, que quando chovia virava um lamaçal, mas que era tudo para nós.

Os garotos de hoje, com chuteiras e caneleiras de última geração, talvez nem façam idéia de como era jogar em um campo com gramado e piso irregular, onde muitas vezes a bola tomava outra direção depois de se deparar com um obstáculo. São outros tempos, felizes de verdade, mas que hoje só despertam as lembranças que teimam em não sair da nossa memória.


Hoje, quando me deparo com os problemas que a vida nos impõe, busco nos tempos de outrora a força para continuar caminhando, sem esmorecer ou desistir. Às vezes, quando sinto que as forças estão se esvaindo e penso em pendurar as chuteiras da vida, busco nos bons momentos do passado as forças que necessito para renascer e continuar em frente.

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