terça-feira, 5 de março de 2019

A mulher que saiu da caixa


Certas situações nos pegam de surpresa e, dependendo do ocorrido o riso é inevitável. São aqueles momentos em que não tem como segurar.
Quem não se lembra da Casa Teté, uma loja bem surtida com tecidos, armarinhos, confecções, além de artigos de cama, mesa e banho. Pertencente aos irmãos Geraldo e Alair, o Ito do Teté, a loja era uma das mais tradicionais da cidade e ocupava o prédio onde hoje está a Deborah Cosméticos.
Com uma frente ampla, a Casa Teté tinha quatro portas de acesso e balcões em um U, com prateleiras ocupando as paredes laterais e de fundo. A última porta, para quem desce a José Bonifácio, tinha um degrau mais alto na soleira e, como dava acesso direto ao lado interior do balcão, era fechada com uma caixa, dessas que embalam peças de tecido, compridas e com cerca de 40 centímetros de largura.
E foi ali, naquela porta, que tudo aconteceu. Foi rápido, mas como eu subia a José Bonifácio e ainda estava na calçada da residência dos Suzuki, pude presenciar o fato bizarro.
Uma freguesa, talvez sem saber que ali naquele degrau abaixo do piso havia uma caixa, acabou pisando onde não devia e caindo dentro da mesma. Com o impacto a caixa rolou para a calçada com a mulher deitada em seu interior.
Para meu espanto, ao ver a caixa rolar para a calçada, só tive tempo de presenciar aquela mulher bem vestida sair de dentro dela, levantando tal qual um zumbi desses de filme de terror. Sua ação foi tão rápida que não tive tempo nem para lhe prestar auxílio para se levantar e, como se nada tivesse acontecido, bateu nos saltos e deu no pé
Claro que fiz de tudo para segurar o riso. Mas, depois que ela se foi, como qualquer mortal, dei boas risadas.
Todos nós estamos sujeitos a situações como essa e com certeza sempre vai ter alguém para rir. À vítima do acaso só vai restar empinar o nariz e seguir em frente como se nada tivesse acontecido.

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