terça-feira, 5 de março de 2019

Ah, se eles ainda estivessem por aqui


Nesse mundo de hoje, em que as músicas de Carnaval já não existem mais e o conceito sobre essa festa popular é totalmente contrário a tudo que o vivemos, como seria bom se pudéssemos voltar no tempo e reviver os grandes bailes carnavalescos de outrora. Seria como um reencontro com grandes músicos da terra e grandes orquestras que davam o tom para os bailes.
Talvez fosse pedir muito ao Homem lá cima para que liberasse, mesmo que por uma noite, alguns dos grandes músicos itapirenses de uma época de ouro. Seria uma forma de oferecer às pessoas que não viveram aquele período maravilhoso uma oportunidade para que pudessem ouvir e descobrir o que é música de verdade.
Fico imaginando se pudéssemos receber por aqui nomes como Antonio Brianti, o Tocha, músico de primeira linha e líder de uma das mais famosas orquestras da região. Com ele poderiam desembarcar, vindo do andar de cima, Alair Toledo de Oliveira, o Ito do Teté; Benedito Avancini, o Naite, dentista e baterista dos bons; Milton Guinesi, violonista de mão cheia; Guido Atílio Cremasco, o Tite Cremasco e seu violino; Aylton Riberti e Aparecido Ampélio Riberti, o Cidão Riberti, cujo sobrenome já diz tudo em matéria de talento musical, e tantos outros que me fogem à memória no momento, mas que contribuíram para que aquele fosse um tempo mágico e inesquecível.
Que bom seria se, pelo menos por uma noite, as orquestras do Clube XV e do Centro Comércio e Indústria se encontrassem na praça Bernardino de Campos e nos enchessem de alegria e nostalgia com clássicos como O Abre Alas, Allah-la Ô, Mamãe Eu Quero, As Águas Vão Rolar, Cabeleira do Zezé, Cidade Maravilhosa, Jardineira, Daqui Não Saio, As Pastorinhas, e tantas outras marchinhas que embalaram nossa juventude e que até hoje permanecem na memória de quem teve o privilégio de viver esse período. Mas, sei que tudo isso não passa de um simples devaneio de quem sente saudade de tudo que foi bom e não volta mais, mas pelo menos restou essa doce lembrança desses verdadeiros artistas, músicos de verdade, que nunca precisaram da mídia para se tornarem conhecidos.
Feliz de quem vai poder ir aos bailes de Carnaval lá de cima, pois é lá que irão rolar as mais belas e tradicionais marchinhas. Como não chegou nosso tempo, nos resta relembrar e engolir as lágrimas de saudade.


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