sábado, 9 de março de 2019

Domingo de aprendizado


Primeiro dia de julho de 2018, primeiro dia do segundo semestre. Um domingo ensolarado e especial para fazer algo especial.
E foi assim que transformei minha manhã de domingo. Ao chegar cedo ao Parque Juca Mulato, tive a oportunidade de oferecer um pouco de conhecimento do passado à minha filha Mariane.
Foi como uma viagem ao passado, podendo levá-la comigo para conhecer como eram diversos pontos no entorno do cartão postal da cidade. Em cada parada eu mostrava como era no passado através das fotos do meu acervo.
A primeira parada foi na Avenida dos Biris, hoje totalmente transfigurada pela ação do homem e do tempo. Sentamos em um banco e mostrei a ela, aquele mesmo local décadas atrás, com a avenida ainda sem pavimentação, cercada de frondosas e um visual espetacular.
Dali, seguimos em frente no sentido anti-horário e a próxima parada foi defronte o secular prédio da escola Júlio Mesquita. Uma olhada no prédio em seu estágio atual e outro na foto com diversos estágios, desde os primórdios, e o espanto dela ao ver que o prédio continuava ali, firme e forte, apesar dos anos e anos que já se foram.
Ali mesmo, parados de frente para o Júlio Mesquita, viramos nosso olhar para o lado esquerdo e a visão da caixa d’água do parque contrastou com aquela estampada na foto. Apesar de ser o mesmo monumento, hoje já não existe a mesma vegetação e o mesmo clima.
Seguimos em frente, dobramos a direita, e lá fomos nós em direção ao antigo prédio da cadeia, onde hoje está a Casa da Cultura João Torrecillas Filho. Pudemos comparar com o mesmo prédio, mas no tempo em que servia de cadeia pública, isso nos anos 60.
Ali mesmo já apresentei o antigo estádio Chico Vieira, que ficava no espaço onde hoje estão belas residências no final da Rua Rui Barbosa. A cada parada um pouco de história e seus olhinhos brilhando, maravilhada com tudo que estava aprendendo.
Aproveitei o tempo e a bela manhã de domingo para mostrar o Cruzeiro, a rua João Pereira que abrigava a casa dos meus avós paternos, contei sobre o Parque Infantil Narciso Pieroni, o funcionamento do SAAE e outras histórias daquele tempo longínquo que não volta mais. Acredito que pude ser útil para que seus horizontes fossem expandidos e não se limitassem a esse mundo de hoje, no qual a preservação passa muito longe.
Mas, de tudo isso que vimos, o que mais nos impressionou foi a falta de cultura e educação do povo. A cada passo nos deparávamos com depredação, pichação e lixo, muito lixo. Aí veio sua pergunta que mais me encantou: “pai, no seu tempo também era assim, ninguém respeitava o meio ambiente e os prédios?”.
Claro que fiquei feliz com sua preocupação, mas infelizmente não tive como negar que hoje isso não existe mais. Não existe preservação, não existe cuidado, não existe respeito e muito menos educação.

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