Primeiro dia de julho de 2018, primeiro dia do segundo
semestre. Um domingo ensolarado e especial para fazer algo especial.
E foi assim que transformei minha manhã de domingo. Ao
chegar cedo ao Parque Juca Mulato, tive a oportunidade de oferecer um pouco de
conhecimento do passado à minha filha Mariane.
Foi como uma viagem ao passado, podendo levá-la comigo
para conhecer como eram diversos pontos no entorno do cartão postal da cidade.
Em cada parada eu mostrava como era no passado através das fotos do meu acervo.
A primeira parada foi na Avenida dos Biris, hoje
totalmente transfigurada pela ação do homem e do tempo. Sentamos em um banco e
mostrei a ela, aquele mesmo local décadas atrás, com a avenida ainda sem
pavimentação, cercada de frondosas e um visual espetacular.
Dali, seguimos em frente no sentido anti-horário e a
próxima parada foi defronte o secular prédio da escola Júlio Mesquita. Uma
olhada no prédio em seu estágio atual e outro na foto com diversos estágios,
desde os primórdios, e o espanto dela ao ver que o prédio continuava ali, firme
e forte, apesar dos anos e anos que já se foram.
Ali mesmo, parados de frente para o Júlio Mesquita,
viramos nosso olhar para o lado esquerdo e a visão da caixa d’água do parque contrastou
com aquela estampada na foto. Apesar de ser o mesmo monumento, hoje já não
existe a mesma vegetação e o mesmo clima.
Seguimos em frente, dobramos a direita, e lá fomos nós em
direção ao antigo prédio da cadeia, onde hoje está a Casa da Cultura João
Torrecillas Filho. Pudemos comparar com o mesmo prédio, mas no tempo em que
servia de cadeia pública, isso nos anos 60.
Ali mesmo já apresentei o antigo estádio Chico Vieira,
que ficava no espaço onde hoje estão belas residências no final da Rua Rui Barbosa.
A cada parada um pouco de história e seus olhinhos brilhando, maravilhada com
tudo que estava aprendendo.
Aproveitei o tempo e a bela manhã de domingo para mostrar
o Cruzeiro, a rua João Pereira que abrigava a casa dos meus avós paternos,
contei sobre o Parque Infantil Narciso Pieroni, o funcionamento do SAAE e
outras histórias daquele tempo longínquo que não volta mais. Acredito que pude
ser útil para que seus horizontes fossem expandidos e não se limitassem a esse
mundo de hoje, no qual a preservação passa muito longe.
Mas, de tudo isso que vimos, o que mais nos impressionou
foi a falta de cultura e educação do povo. A cada passo nos deparávamos com
depredação, pichação e lixo, muito lixo. Aí veio sua pergunta que mais me
encantou: “pai, no seu tempo também era assim, ninguém respeitava o meio
ambiente e os prédios?”.
Claro que fiquei feliz com sua preocupação, mas
infelizmente não tive como negar que hoje isso não existe mais. Não existe
preservação, não existe cuidado, não existe respeito e muito menos educação.
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