terça-feira, 5 de março de 2019

Apelidos exóticos


Que o brasileiro é pródigo em inventar apelidos todo mundo sabe. Basta comparar times de futebol de outros países com os nossos, recheados de nomes exóticos.
Nos tempos atuais nem tanto, salvo algumas exceções a maioria é conhecida por nome e sobrenome ou nomes duplos. Mas, antigamente, era Pelé, Didi, Vavá, Garrincha, Tostão, Beto Fuscão, Zico, Quarentinha e por aí afora.
Durante nossa vida mesmo, quantas e quantas figuras ficaram conhecidas pelo apelido ou até mesmo por um nome que não era o seu. Alguém por acaso sabe que o Pedro, pai do Dão Rossi, não se chama Pedro e sim Onofre?
Acredito que muita gente desconhece esse detalhe que fez até mesmo o Onofre se esquecer de seu próprio nome. Certa vez, quando ainda era sócio do Mingo Bruzasco no açougue, ao atender uma ligação telefônica e ouvir a pessoa do outro lado da linha pedir para falar com o Onofre, virou-se imediatamente para o sócio e perguntou quem era esse tal de Onofre.
Mas, povo pródigo em colocar apelidos e daqueles bem exóticos eu conheci nos meus tempos de Usina Nossa Senhora Aparecida. Lá, dificilmente alguém era conhecido pelo nome.
E tinha cada apelido! Era Cido Bacate, João Cudiguia (melhor escrever emendado, embora leia-se separado), Gatão, Zé Sóco, Pacu, Bertozo, Zé do Mato, Coitão, Canário, os irmãos João de Lau e Cido de Lau, entre tantos outros.
Tinha também os que eram conhecidos pelo local onde trabalhavam como Sebastião Manoel, que era o Bastião da Bomba; o José Luiz Gonçalves, transformado em Zé Luiz da Balança; o José Scholz, conhecido como Zé do Armazém. Ou aqueles que já carregavam o apelido desde criança como o Lito e o Nô, filhos do Zé Luiz da Balança; o trio Lelo, Nado e Dô, filhos do José Maria de Queiroz; o Zezinho do Juca, assim conhecido por ser filho do Juca; o Chupeta, o Pará e o Murilinho, nascido Waldomiro Fernandes, mas até hoje chamado assim por ser um pouco parecido com o doutor Murillo Arruda.
Infelizmente, nos dias de hoje já não há mais a habitantes na colônia, como eram conhecidas as casas da longa rua que ligava a estrada até a moenda. Já não há mais casas, já não há mais habitantes, restou apenas a história de vida de cada uma das pessoas que ali viveram, formaram suas famílias e ganharam apelidos exóticos.


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