Que o brasileiro é pródigo em inventar apelidos todo
mundo sabe. Basta comparar times de futebol de outros países com os nossos,
recheados de nomes exóticos.
Nos tempos atuais nem tanto, salvo algumas exceções a
maioria é conhecida por nome e sobrenome ou nomes duplos. Mas, antigamente, era
Pelé, Didi, Vavá, Garrincha, Tostão, Beto Fuscão, Zico, Quarentinha e por aí
afora.
Durante nossa vida mesmo, quantas e quantas figuras
ficaram conhecidas pelo apelido ou até mesmo por um nome que não era o seu.
Alguém por acaso sabe que o Pedro, pai do Dão Rossi, não se chama Pedro e sim
Onofre?
Acredito que muita gente desconhece esse detalhe que fez
até mesmo o Onofre se esquecer de seu próprio nome. Certa vez, quando ainda era
sócio do Mingo Bruzasco no açougue, ao atender uma ligação telefônica e ouvir a
pessoa do outro lado da linha pedir para falar com o Onofre, virou-se
imediatamente para o sócio e perguntou quem era esse tal de Onofre.
Mas, povo pródigo em colocar apelidos e daqueles bem
exóticos eu conheci nos meus tempos de Usina Nossa Senhora Aparecida. Lá,
dificilmente alguém era conhecido pelo nome.
E tinha cada apelido! Era Cido Bacate, João Cudiguia
(melhor escrever emendado, embora leia-se separado), Gatão, Zé Sóco, Pacu,
Bertozo, Zé do Mato, Coitão, Canário, os irmãos João de Lau e Cido de Lau, entre
tantos outros.
Tinha também os que eram conhecidos pelo local onde
trabalhavam como Sebastião Manoel, que era o Bastião da Bomba; o José Luiz
Gonçalves, transformado em Zé Luiz da Balança; o José Scholz, conhecido como Zé
do Armazém. Ou aqueles que já carregavam o apelido desde criança como o Lito e
o Nô, filhos do Zé Luiz da Balança; o trio Lelo, Nado e Dô, filhos do José
Maria de Queiroz; o Zezinho do Juca, assim conhecido por ser filho do Juca; o
Chupeta, o Pará e o Murilinho, nascido Waldomiro Fernandes, mas até hoje
chamado assim por ser um pouco parecido com o doutor Murillo Arruda.
Infelizmente, nos dias de hoje já não há mais a habitantes
na colônia, como eram conhecidas as casas da longa rua que ligava a estrada até
a moenda. Já não há mais casas, já não há mais habitantes, restou apenas a
história de vida de cada uma das pessoas que ali viveram, formaram suas
famílias e ganharam apelidos exóticos.
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