Formado por jovens da época, o Broskio era a
grande atração do carnaval itapirense naquela época. Sua contribuição para o
crescimento da festa popular na cidade é inestimável e foi dele que nasceu a
inspiração para a criação de escolas de samba.
Na segunda metade da década de 80 o Carnaval
de Itapira era tido como um dos melhores da região. Suas escolas de samba
disputavam, ponto a ponto, as notas dos jurados e o título de campeã.
Essa disputa, nem sempre saudável, fazia com
que a cidade se transformasse no centro das atenções. Quem morava em outra
cidade vinha para os bailes, para desfilar nas escolas ou simplesmente assistir
aos desfiles.
Era o tempo da Unidos da Nove de Julho,
Imperatriz da Santa Cruz, Acadêmicos da Vila Ilze, Mocidade Alegre da Vila Boa
Esperança, Mocidade Unida da Vila Bazani e outras menos votadas. Aliadas aos
blocos dos Bichos e Nheco, levavam multidões às arquibancadas da praça
Bernardino de Campos.
Adilson Ravetta, Gordo Moraes, Fifo, Bujija,
Neguinho, Claudio Maria, Paulinho Manha, Mano Colferai e tantos outros nomes
eram as estrelas maiores desse espetáculo que culminava com a apuração na noite
de quarta-feira de Cinzas, na Casa da Cultura João Torrecillas Filho.
A
partir do início de janeiro as escolas buscavam o que havia de melhor no que
diz respeito a passistas, músicos, cantores e alegorias com o intuito de vencer
a disputa. Colocavam seus blocos na avenida as escolas como Nove de Julho,
Imperatriz da Santa Cruz, Mocidade Alegre da Vila Boa Esperança, Acadêmicos da
Vila Ilze, Unidos da Vila Bazani e outras menos votadas.
A
multidão que lotava as arquibancadas montadas na Praça Bernardino de Campos
delirava durante a passagem da escola preferida. Sem falar do Bloco dos Bichos
e suas sátiras e a Banda do Nheco, que nasceu na década de 80 e ainda hoje
encanta crianças e adultos.
A
disputa das escolas era tão intensa que a Rádio Clube de Itapira dedicava boa
parte de sua programação na divulgação das escolas e seus sambas de enredo. Os
programas Clube do Ouvinte, do Dácio Clemente, pela manhã, e Super Plá,
comandado por Paulo Marin, à tarde, atendiam ouvintes pelo telefone e entre as
músicas pedidas estavam os enredos das escolas locais, normalmente gravados em
estúdios profissionais.
Sem
contar que à noite a emissora abria espaço para os programas carnavalescos
comandados pela Conceição Pavezzi Dantas, que entrevistava dirigentes,
passistas, costureiras e quem quer que fosse, desde que estivesse envolvido na
folia. A audiência era maciça devido ao grande apelo popular que o Carnaval
sempre teve na cidade.
Itapira,
naquela época, vivia de forma intensa o Carnaval. Mas tudo isso acabou ficando
no passado. O Carnaval de rua também perdeu o encanto. As arquibancadas, apesar
da gratuidade, só lotam nas noites em que a Banda do Nheco se apresenta.
As
escolas fecharam suas portas e apenas algumas insistem em desfilar, mais pela
garra de alguns abnegados. A Rádio Clube, apesar de transmitir os desfiles,
quando eles ocorrem, não enfatiza mais o Carnaval em sua programação, mesmo
porque não há o que divulgar ou quem entrevistar.
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