Conheci Leo Santos em 82 durante os Jogos Regionais da
Zona Leste que Itapira sediou, naquele ano, pela primeira vez. Eu fazia um bico
pelas ondas da Rádio Clube e ele era fotógrafo do jornal Cidade de Itapira.
Nossa amizade nasceu ali e posso afirmar que é uma
amizade que prezo e conservo. Leo, nascido Leovaldo, tem uma alma pura, um
coração enorme e de ouro, e, como dizia Luiz Antonio da Fonseca, o Toy, nos
nossos tempos de rádio, “o Leo pode estar com um baita problema, mas está
sempre com um sorriso estampado no rosto”.
Ao longo do tempo tive esse amigo como companheiro de
trabalho em várias situações e órgãos de imprensa. Trabalhamos juntos nos
jornais Cidade de Itapira e O Impacto de Mogi Mirim, nas rádios Clube de
Itapira e as mogimirianas Cultura, Chamonix e CBN, e vivenciamos muitas
experiências.
Fui seu padrinho de casamento com a dona Penha em 86 e me
orgulho disso, pois vi aquele amigo construir sua família com muito esforço e
amor. Desse casamento nasceram a Júlia e a Isabela e hoje Leo é avô do Miguel.
Mas, por trás daquela alma pura e daquele sorriso
constante tem algumas coisas que fazem desse amigo um ser ainda mais especial.
Talvez, pela pureza de sua alma, Leo nunca pensou duas vezes para falar ou
agir.
Nós, do meio jornalístico, costumamos dizer que falar do
Leo daria para escrever um livro, daqueles grossos, tantas são as passagens
bizarras proporcionadas por ele.
Uma delas ocorreu no dia 15 de abril de 93. Era meu
aniversário e eu chefiava a equipe de esportes da Rádio Cultura de Mogi Mirim,
da qual Leo era um dos repórteres de campo.
O Mogi Mirim, de Leto, Válber e Rivaldo, iria enfrentar o
Palmeiras no Palestra Itália e lá fomos nós para fazer a cobertura. No volante
o Ismael Rodrigues, do seu lado o saudoso Valentim Antonio, grande narrador; no
banco de traz, além de mim, o Leo e o saudoso Ademar Hernandes.
Mal a viagem se iniciou e o Leo já fez das suas. Ao ver
uma pessoa bêbada no meio do mato, bem no trevo de acesso para Limeira, mandou
ver e me disse: “aquele ali era comentarista”, querendo insinuar que eu ficaria
daquela maneira no futuro.
Qual foi sua surpresa ao ver, quando o carro se
aproximou, que aquela pessoa era seu tio. “Meu tio Dino”, disse, espantado e ao
mesmo tempo desconsertado.
A viagem toda, durante a transmissão e no nosso jantar de
comemoração em uma cantina do Bexiga, Leo teve que ouvir as brincadeiras sobre seu
tio Dino. Claro que tudo de maneira saudável, que Leo absorveu e levou na
brincadeira.
Grande fotógrafo e profissional competente, tive o prazer
de cobrir, ao seu lado, a segunda edição dos Jogos Regionais na cidade, isso em
91. Trabalhávamos no Cidade de Itapira e o jornal circulava diariamente com
todas as informações da competição.
Lembro bem de uma foto feita por ele, com seu faro de
fotógrafo. O jogo acontecia no Bento Nunes, no bairro do Cubatão, e reunia
Araras e uma outra cidade que não me recordo.
Na lateral-esquerda do time ararense ninguém menos que
Roberto Carlos. Não o cantor, claro, mas o dono de um dos chutes mais potentes
que o futebol mundial já viu.
Ao cobrar uma falta, que por sinal foi parar nas redes do
adversário, Roberto Carlos colocou toda sua força e a foto registrada pela
objetiva do Leo Santos mostrou toda essa força traduzida em músculos enrijecidos
daquele que mais tarde se transformaria em um dos grandes laterais do futebol
mundial.
Leo Santos merece minhas reverências, não apenas como
profissional, mas como uma pessoa pura, de alma leve. Um ser humano daqueles
que podemos contar nos dedos das mãos.
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