Em uma época não muito distante, na metade do século
passado, Itapira tinha os pontos prediletos das pessoas. Fosse para um simples
cafezinho, um pastel ou uma bebida, cada um tinha seu local preferido.
E um desses locais, sem dúvida, era a Pastelaria Kashiba,
que ficava na parte inferior do Palacete Anastácio, bem em frente a parte baixa
da Praça Bernardino de Campos. Um local pequeno para o movimento que tinha,
principalmente pelas delícias que comercializava.
Lembro bem das delícias que o Hideo Kashiba preparava, os
pastéis de carne, queijo ou palmito, o café cheiroso e fresquinho e meu
refrigerante preferido, a Cerejinha, que só ali era encontrada. Vez ou outra,
sempre que podia, meu pai nos levava naquela pastelaria de balcões altos para o
meu tamanho, mas com um cheirinho inconfundível de pastel frito na hora.
Certos lugares, mesmo depois de tanto tempo, permanecem
vivos em nossa memória. Assim como o Bar do Odilon, o Bar Central, o Itapira
Bar, o Cine Paratodos, o Cine Rádio, o Cine Bar, o Bar do Edifício e o Chopão,
a Pastelaria Kashiba formava o bloco de opções para quem frequentava a praça
central da cidade.
Fosse nos finais de semana ou mesmo durante os dias de
trabalho, era comum aquele pequeno espaço estar lotado de pessoas ávidas por um
café fresco ou um pastel saboroso.
Cresci aprendendo a valorizar esses momentos que hoje
permeiam a memória de quem viveu tudo isso. Lembro da forma gentil como o ‘seo’
Hideo e sua família tratavam as pessoas, desde as mais abastadas até mesmo
aqueles que muitas vezes nem tinham o dinheiro suficiente para um pastel.
O Hideo se foi para o andar de cima, levou com ele uma
parte de todos os que frequentaram seu estabelecimento, mas deixou uma família
inteira formada por pessoas de boa índole. Marcou seu tempo nesse mundo e aqui
deixou sua história.
Carne, queijo ou palmito? Não importava o sabor ou o
recheio, o bom mesmo era sentir o aroma e o sabor daqueles pasteis.
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