terça-feira, 5 de março de 2019

Alô, telefonista


A velocidade com que conseguimos os comunicar nos dias atuais, cada vez mais globalizados e integrados através de uma infinidade de canais, contrasta com o que havia em um tempo em que só por Deus era possível falar com alguém via telefone. Era sentar, esperar, rezar e torcer.
Nos meus tempos de criança a única forma de se falar com alguém via telefone era tirar o aparelho do gancho, aguardar a telefonista atender e pedir para completar a ligação para um determinado número; Daí em diante, podiam ser minutos, horas... e haja paciência.
Lembro que na minha casa não tinha telefone e quando dava aquele comichão de ligar na Rádio Clube e pedir uma música no programa do Dácio Clemente o jeito era ir na vizinha e pedir para que deixasse a gente usar seu telefone. A vizinha ao lado era a dona Olga Passarela, esposa do maestro Américo Passarela, e sempre que pedíamos, ela gentilmente abria as portas de sua casa para que pudéssemos realizar nosso desejo.
Ligar para algum parente em outra localidade era outro problema. Era necessário ir até a Telefônica, que ficava na Campos Salles, onde hoje está a Agrocentro, pedir a ligação, sentar e esperar que a mesma fosse completada.
Lembro que por lá passaram pessoas boas, atenciosas e pacientes como a Dezolina Eugênio Tossini, a Zola; a Malqui Martins Bayod, e a Albina Robustes, a Bina, prima da minha mãe, que detestava o próprio nome e inventou um outro que era do seu agrado. Mudou o nome para Sandra, mas a fuça continuou a mesma.
Tudo isso faz parte do passado, um passado que já vai longe. Mais de meio século já foi embora e tudo isso virou motivo de chacota para quem não viveu aquele tempo.
Mas, você lembra disso tudo? Lembra de ter pedido música no programa do Dácio Clemente utilizando os serviços da telefonista? Lembra de ter usado aquele telefone preto pesado, que não tinha o sistema de discagem e funcionava quando a pessoa tirava o fone do gancho? Se lembra, então está ficando velho como eu.

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