Arlindo Bellini começou cedo na lida. Seu primeiro emprego
foi em uma oficina de reforma de móveis, depois passou pelo cartório de
registro, de propriedade de Azum Pereira de Macedo e Benedito Calil, até entrar
para o mundo das letras como funcionário da Folha de Itapira, que editava o
jornal do mesmo nome e também funcionava como tipografia.
Talvez tenha sido ali, em meio a tipos, fontes e ideias, que
pegou o gosto pela escrita, atuando ao lado de pessoas que marcaram época no
jornalismo local, como Amaury Martins, por exemplo. Mas, apesar de ter
frequentado os bancos do Grupo Escolar Dr. Júlio Mesquita até o quarto ano
primário, encontrou na leitura o suporte necessário para enriquecer seu
vocabulário e aguçar o dom de relatar fatos que já estava inserido em seu seio.
Nomes famosos da literatura como Machado de Assis, Monteiro
Lobato, Júlio Verne, Menotti del Picchia, Afonso Schimidt e Augusto dos Anjos
foram seus companheiros nas horas dedicadas à leitura. E foi dessa predileção
que veio a facilidade para colocar as palavras e a vocação para contar as
histórias que todo mundo gosta de ler e ouvir.
Aos 18 anos, na segunda metade da década de 50, passou a ser
funcionário da Casa Baiocchi, de propriedade de Arthur Baiocchi Neto, um dos
grandes empreendedores que Itapira já teve. Ao mesmo tempo iniciava o namoro
com Guiomar Aparecida Pizzi.
O ‘casamento’ com as Casas Baiocchi já dura 60 anos. Do
enlace com a esposa, com quem já tem 55 anos de união, vieram os filhos
Fernando Adamo, Marcelo Augusto e Patrícia Elaine e os netos Ana Carolina,
Pedro Henrique e Vitor Augusto.
Apesar das ocupações como comerciário, Arlindo Bellini nunca
deixou de lado a ligação com a história. Sua memória aguçada proporciona a
lembrança de fatos e a história da cidade aflora a partir de um simples
acontecimento.
E é dessa forma que desde a fundação do jornal Tribuna de
Itapira, em junho de 89, relata semanalmente acontecimentos, relembra pessoas e
dá vida às lembranças do passado. Começou relatando e relembrando o futebol
itapirense e hoje é o principal historiador de uma terra que já não conta com
João Torrecillas Filho e Jácomo Mandato, que também deram importante
contribuição para a preservação da memória de Itapira e sua gente.
Conversar com Arlindo Bellini é prazeroso e uma viagem às
nossas origens, pois ele sempre tem uma boa história para contar. E quem não
gosta de ouvir uma boa história?
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