Esse mundo globalizado me assusta cada vez mais. Através
dele e seus mecanismos, seres humanos se transformam, se acham no direito de
julgar esse ou aquele, mesmo sem conhecer ao menos um pouco do seu semelhante.
As redes sociais são prova viva disso tudo. Se por um
lado nos dão a oportunidade de comunicação com amigos e parentes, mesmo
distantes milhares de quilômetros, por outro nos colocam a mercê de pessoas que
nem conhecemos ou ao menos sabemos quem são ou como pensam.
Cada vez mais me sinto como se meu mundo tivesse acabado
e que estou aqui sem saber ao certo o motivo. É o mesmo que dormir em nossa
cama e acordar em um lugar desconhecido.
Cresci recebendo informações e ensinamentos do
comportamento correto para com as pessoas, principalmente para com os mais
velhos. Sempre mantive esses ensinamentos como regra de vida.
Mas, pelo que vejo, a cada momento o mundo se transforma
na velocidade da tecnologia e os seres humanos são levados na esteira, sem
tempo de conhecer os bons e velhos costumes de convivência.
No meu tempo de criança as pessoas se conheciam e se
respeitavam, davam valor ao convívio e as boas maneiras eram uma constante.
Havia gentileza, respeito e era muito mais gostoso de se viver.
Hoje, como ouvi dia desses, está cada vez mais difícil
viver. As pessoas não carregam dentro de si os valores principais para que haja
espaço onde seja possível praticar os direitos de ir e vir.
Vejo pessoas invadindo a privacidade de outras, sem que
ao menos conheça, para criticar, apedrejar e despejar sua ira contra quem quer
que seja. E as redes sociais são os mecanismos mais utilizados para tal.
Será que esse mundo tem jeito? Será que esse é realmente
o mundo onde nasci, cresci e vivi?
Tudo isso me faz pensar seriamente em me distanciar das
redes sociais, de me desligar totalmente de tanta incoerência ou maldade. Só
não fiz isso ainda porque tenho ideia do quanto meu acervo de fotos mantido
através da rede social é procurado por um número muito grande de alunos quando
engajados em pesquisas escolares.
Somente esse fato e a chance de poder me comunicar com
quem está distante me fazem manter tudo isso. Mas vai chegar o dia em que nada
disso irá servir para coisa alguma e aí será a hora de voltar para o meu mundo
real, aquele onde nasci, cresci e vivi.
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