sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Itapira, berço da cultura, terra de artistas

Itapira sempre teve seus artistas. Pessoas que dedicaram a vida ou parte dela às mais diversas formas de arte.
Fosse no teatro, na música, nas letras, na fotografia ou na pintura e sempre havia um ou mais itapirenses se destacando. Alguns até em mais de uma modalidade tal a facilidade com as artes.
Paulino Santiago foi um desses talentos natos. Mestre na arte de fotografar deixou um legado de imagens de pessoas ou pontos da cidade.
Quando não estava atrás das lentes se debruçava em cima de um script teatral e quando subia no palco seu talento aflorava na arte de interpretar. Por suas mãos muitos artistas se formaram e deram continuidade ao teatro itapirense ou aprenderam o manuseio de uma máquina fotográfica.
Vi diversos talentos em cima de um palco. Pessoas que tinham ou têm no sangue a arte e a cultura. José Luiz Palandi, Luiz Martinho Stringuetti e tantos outros nomes desfilaram talento em inúmeras peças teatrais.
Na música, fosse cantando ou com um instrumento nas mãos, o contingente é ainda maior. Lembro que na minha época de menino, nas tardes de sábado eu atravessava a rua para ver e ouvir jovens daquela época como Kalau, Cebola Zago e João Carlos, entre outros, que formavam um conjunto musical com o Carlos Alberto Lupinacci, o X-9, e ensaiavam na sede da Banda Lira.
A leva de nomes da música local é muito grande e, claro, a minha memória seria incapaz de lembrar todos eles, mas não dá para esquecer de Beto Passarela, Luis Guinesi, Gustavo Giovelli, Bitenka, Fernando Riberti, José Otávio Fernandes, Paulo Marin, Waldemar Razzo, Luis Antonio Paniçolo, Carlos Moyses e tanta gente boa que daria para montar um grande coral.
São nomes que marcaram época, marcaram a minha época de criança e adolescente e alguns até hoje continuam na ativa, como o Bitenka, por exemplo. Um nome que muitas pessoas talvez nem conheça ou nunca ouviu falar por causa da distância que o separa de sua terra.
Conheci o Bitenka na década de 80, quando tive uma experiência incomum ao apresentar, junto com ele e o Tuia Pires de Souza o programa Tempo de Férias, na Rádio Clube. Eram dois programas semanais, às terças e quintas, sempre no horário noturno, mas que atraíam uma grande audiência.
José Antonio Bittencourt, ou Bitenka, para quem não sabe, venceu diversos festivais de música na época, formou com nomes famosos da música local o conjunto Sol da Meia Noite e gravou algumas músicas antes de tomar o rumo de Bauru.
Em outro segmento da música como o Carnaval outros nomes se destacaram e deram sua contribuição à época de ouro do carnaval itapirense como Paraná e Paulinho Manha. O primeiro como puxador da Acadêmicos da Vila Ilze e o segundo como principal voz em escolas como Nove de Julho, por exemplo, e mais tarde na Mocidade Alegre da Vila Boa Esperança.
Talvez, esse sangue artístico que rega as veias itapirenses devesse ser mais aproveitado. Eventos como o Concerto da Banda Lira, que vem reunindo nomes da música local em grandes espetáculos, deveriam acontecer em mais oportunidades, dando oportunidade para talentos de todas as épocas.
E isso poderia acontecer não apenas na música, mas no teatro ou em qualquer outra atividade cultural. Seria uma grande oportunidade para que músicos que tocaram juntos na juventude, por exemplo, pudessem se juntar novamente para relembrar os bons tempos. Ou para que uma só peça teatral pudesse reunir grandes nomes de ontem e de hoje em um só palco.
Talvez esse seja um sonho impossível, que apenas na cabeça de um sonhador inveterado como eu possa tomar forma. Seria um momento especial para cada um desses nomes conhecidos ou não, mas com um talento ímpar na arte que escolheram.
Público, com certeza, não faltaria. Afinal, quem não gostaria de ver em um mesmo palco tanta gente boa reunida?

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