Há algum tempo já estou com o nariz virado para a reta
final. Como se diz em uma corrida, já contornei a última curva e apontei na
reta para concluir meu percurso.
Se olhar para trás sei que vou ver que já caminhei muito
mais do que tenho para caminhar nessa estrada chamada vida. Daqui para frente é
levar o carro até o final e aproveitar tudo que ainda tenho para viver.
Embora pareça um sentimento de conformismo, na realidade
é apenas uma constatação de que a vida, a cada dia que passa galopa cada vez
mais rápido. Se não tivermos fôlego para acompanhar acabamos ficando para trás.
Mas, o que o futuro nos oferece? Sempre ouvi dizer que
quando se dobra a última curva já não há muito que se esperar, a não ser o
momento de embarcar rumo a última viagem.
Ledo engano! A vida nos reserva, a cada etapa, um
turbilhão de emoções e momentos intensos, mas com a dose que nosso esqueleto já
cansado pode suportar.
Basta não ficarmos sentados esperando a morte chegar.
Temos mais é que apertar o pedal da direita, olhar atentamente para a paisagem
da janela lateral e ver que há muito ainda para se viver, nem que seja por
breves instantes.
Da vida nada se leva. Quem um dia disse isso não sabe o
que é viver ou aproveitar o que a vida tem de bom.
Daqui tudo se leva, menos os bens materiais. Daqui
levamos as emoções, os bons momentos, os sentimentos de amizade e tudo o que
podemos realizar ao lado de pessoas queridas e em prol da felicidade daqueles
que necessitam.
O nariz pode estar apontado para a linha de chegada, o
corpo cansado pode estar a poucos metros de alcançar a bandeirada, mas no âmago
de nossa engrenagem tudo deve estar sempre em perfeito estado. O combustível da
vida pode estar quase na reserva, mas o óleo que engraxa nossos sentimentos
deve ser sempre renovado para que tudo funcione de forma plena.
Só assim todos os momentos serão vividos com intensidade
e nossa corrida será coroada de pleno êxito. Aí sim o carro poderá ir para o
box e ser recolhido para o descanso eterno.
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