Como
tudo está mudado. Nem parece que o ano está começando e o Carnaval se
aproximando.
Como
tudo agora é bem diferente de um tempo, há pelo menos 25 ou 30 anos, quando
essa era a época em que a cidade começava a ferver na espera pelo Carnaval. O
corre-corre em busca de fantasias para os bailes de salão ou para os desfiles
das escolas de samba era intenso, assim como os clubes iniciavam nessa época,
passado o Réveillon, os preparativos para as quatro noites de folia.
Lembro
bem dos anos dourados do carnaval itapirense. Os dois clubes instalados na
praça principal – Clube XV e Centro Comércio e Indústria – dominavam, mas a
Sociedade Operária também tinha frequência garantida.
Era
comum a formação de blocos carnavalescos para os bailes nos clubes e os bares
nos arredores ficavam abarrotados.
Na
última noite, já com o sol nascendo na quarta-feira de Cinzas, as orquestras do
Centrão e do Clube XV se encontravam na praça. Era a última oportunidade para
os foliões se despedirem do Carnaval.
Anos
mais tarde o Tênis Clube começou a realizar bailes carnavalescos, atraindo para
si os freqüentadores do Clube XV. Posteriormente foi a vez do Clube de Campo
Santa Fé dominar, esvaziando o Tênis e também o Centrão.
Hoje
tudo isso acabou. Não há mais carnaval de salão no Clube XV ou no Centrão e
muito menos no Tênis Clube ou no Santa Fé.
Esse
tipo de festa perdeu o apelo, principalmente devido ao gosto musical da
atualidade, que não permite mais que as tradicionais marchinhas de Carnaval sejam
executadas pelas orquestras nos bailes carnavalescos. Se não for funk, axé ou
coisa parecida, ninguém dança.
Só
quem viveu tudo isso sabe o quanto foi bom. Só quem deixou um baile de Carnaval
para ver o sol nascer no parque, ou para tomar uma sopa de cebola no Chopão
sabe o quanto tudo isso significou para várias gerações.
Gerações
que podem ser consideradas privilegiadas, pois viveram as melhores décadas,
ouviram as melhores músicas, dançaram ao som de grandes orquestras e ouviram
programas radiofônicos da melhor qualidade. Só restou a saudade de tudo que já
passou.
Tudo
isso ficou no passado, embora bem guardado no baú de memórias de quem vivenciou
esses bons momentos. Momentos que jamais serão esquecidos.
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