sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Garantia de diversão e solidariedade


Na década de 80 o Sábado de Aleluia era mais que o dia reservado para a religiosidade ou para malhar o Judas. Quem gostava de agitação sabia que o Parque Juca Mulato estaria repleto de jovens e crianças, que buscavam lazer e diversão.
Quem não se lembra da Gincana 30 Dia, promovida por jovens que integravam o 30 Dia Sport Showpp. Lembro que a agitação começava bem antes, quando as equipes recebiam a tarefa básica, composta por mantimentos que deveriam ser coletados junto ao comércio e a população e entregues aos coordenadores para depois serem distribuídos nas entidades assistenciais.
Nomes exóticos como 12 Vort, 6 em 15 – que significava metade do 12 Vort e a metade do 30 Dia -, Opus Seis, Ekimáquinas, Aleluia – equipe da Comunidade de Jovens da Igreja de Santo Antonio -, e tantos outros, eram utilizados para dar nomes às equipes participantes. No dia da disputa, devidamente uniformizados, os integrantes de cada equipe saíam à cata das tarefas mais esquisitas possíveis.
Penca de bocaiúvas com maior número de frutos, pessoas com maior número de nomes e sobrenomes, carteira de identidade com combinação de números, entre outras, eram algumas das tarefas que as equipes tinham que cumprir. E tudo dentro de um prazo estipulado pela organização, que também cuidava para que as regras de trânsito não fossem violadas pelos veículos utilizados pelas equipes.
Esse foi um tempo diferente, um tempo em que os jovens se empenhavam para vencer a disputa sem a necessidade de utilizar meios ilícitos ou a violência contra os concorrentes. Um tempo que não volta mais, assim como a Gincana 30 Dia, que felizmente ainda tem um segmento que perdura até hoje, com a realização da gincana da Sociedade Recreativa Itapirense.
O Sábado de Aleluia começava cedo para os participantes, que se reuniam nas sedes para se dirigirem ao Parque Juca Mulato, onde um palanque já estava montado para que os organizadores pudessem dirigir as provas e tarefas. E tudo era transmitido pela Rádio Clube.
A população interagia com as equipes e muita gente auxiliava, ligando para a emissora e dando dicas de onde conseguir essa ou aquela tarefa. Quando a prova era feita no local a diversão estava garantida, pois fatalmente os participantes iriam passar por momentos hilários.
Lembro de muitos jovens que participaram da organização das edições da gincana, como Mino Nicolai, Paulo Lima, Milton Nogueira, José Américo Secolin, João Rogatto, Luis Antonio Paniçolo, João Carlos Caversan, Ronuel Martucci, João Moino, Denys Rocha, Nino Moscon, entre tantos jovens que faziam parte do 30 Dia e se revezavam na produção e na coordenação das tarefas. A disputa era na base do ponto a ponto e muitas vezes havia a necessidade de uma disputa extra para que a vencedora fosse conhecida.
No final, a confraternização entre os participantes acontecia de forma natural, mostrando que a disputa se resumia apenas aos momentos em que as tarefas deviam ser cumpridas. A premiação contava com a ajuda do comércio local, que doava os prêmios distribuídos para as equipes e que geralmente acabavam sendo doados para as entidades assistenciais.
Mais de 30 anos passados e muita gente ainda se lembra de uma prova ou outra. Situações que deixaram muita gente de cabelo em pé ou que levaram a plateia ao delírio, tal a imaginação fértil daqueles que idealizavam as tarefas.
Gincana 30 Dia, um exemplo de dinamismo, interação, diversão e solidariedade, que deveria ser seguido em diversos sentidos. Infelizmente só restaram as recordações de um tempo que já ficou para trás.

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