Minha mãe costumava afirmar que um perfume e uma musica a
gente nunca esquece. O tempo pode passar e as lembranças irão permanecer para
sempre e cada vez que ouvirmos aquela
música ou sentirmos aquele perfume irão aflorar em nossa mente.
E não é que a ‘véia’ tinha razão. Toda vez que ouço uma
música ou sinto um perfume vem à tona o momento em que ouvi ou senti pela
primeira vez.
Mas, deixando o perfume de lado, acredito que sou um
privilegiado, pois nasci e cresci em um tempo recheado de músicas que ficarão
para sempre. Um tempo em que o bom e velho rock’n’roll dava o tom.
Costumo afirmar que as músicas de hoje, pobres em todos
os sentidos, desde a melodia até a letra, passando pelo sentimento e a voz de
quem interpreta, deixam a desejar. Gosto não se discute, ninguém tem culpa de
ter nascido em um tempo tão pobre de boas músicas, mas bem que esse povo
poderia ouvir o que já se fez lá atrás para ganhar um pouco de inspiração.
Como é bom poder ouvir o solo de guitarra de Walter
Becker da banda norte americana Steely Dan em Do it Again, lançada em 1972 e
que alcançou a posição de número seis nas paradas americanas no ano seguinte,
segundo a revista Billboard. Ou a obra prima da banda sul africana The Square
Set, que em 1969 lançou Thats What I Want.
Cito essas duas como poderia citar tantas outras canções
inesquecíveis, como I Shot The Sheriff, lançada em 74 pelo britânico Eric
Clapton; ou Bad Love, do mesmo Eric Clapton, e o que falar de Walk Alway, da
banda americana James Gang, lá do início dos anos 70, que tinha Joe Walsh na
guitarra. São canções inesquecíveis e que nunca irão morrer para quem viveu
esse tempo mágico.
Hoje, quando vou a um show de rock, sei que quem está no
palco só está ali porque tem competência, pois se errar uma nota, quem gosta e
conhece rock vai notar na mesma hora. Respeito o gosto de cada um, até mesmo de
quem prefere o que se produz hoje e daqui dois ou três meses já desapareceu,
mas não abro mão do meu bom gosto e da satisfação de ouvir o bom e velho
rock’n’roll.
Esse gosto musical devo a dois grandes amigos da
adolescência, pois foi com eles que aprendi a gostar desse tipo de música. E
cada vez que ouço uma dessas obras primas imediatamente volto no tempo e lembro
de Plininho Cresmasco e Rudyard Trani, dois grandes amigos, dois profundos
conhecedores da boa música.
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