Acredito que todo mundo, pelo menos uma vez na vida, já
foi ao circo. Desde os mais modestos até aqueles com fama internacional, cada
um com suas atrações, palhaços, trapezistas, acrobatas e a magia que só o circo
pode proporcionar.
Na minha infância o circo da moda tinha nome e sobrenome:
Irmãos Almeida. Um circo feito por uma família e que nos dava o prazer do
encantamento e a alegria de poder ver artistas interpretando.
Foram várias as passagens do circo na cidade. Por ser
enraizado em Campinas, o circo Irmãos Almeida corria o interior paulista com
mais assiduidade do que fazia em outros estados e vez ou outra acabava
aportando por aqui.
Eu, como toda criança daquela época, adorava ir ao circo
para ver os palhaços, o Fredô – interpretado pelo Alfredo Almeida, irmão do
mentor do circo, o Walter de Almeida. Fredô era um palhaço bastante engraçado que
puxava uma cadelinha feita de pano cujo nome era Futrica e contracenava com Nhá
Tica, personagem encarnada por sua irmã Abegair.
A cada aparição do Fredô e sua Futrica era certeza de
boas risadas. Sua espontaneidade e pureza daquela época contrastam com o que
vemos hoje nos espetáculos circenses, em que os palhaços, em sua maioria,
utilizam muita a linguagem chula que muitas vezes é nociva às crianças.
Mas tinha também as atrações musicais, os cantores e
cantoras convidados que sempre engrandeciam o espetáculo. Era só anunciar e o
circo lotava para ver as atrações de perto.
O ponto culminante de cada sessão era a peça teatral. Os
artistas do circo se vestiam a caráter para interpretar grandes sucessos
teatrais como O Cangaceiro, Marcelino Pão e Vinho e muitas outras, que
arrancavam lágrimas da plateia.
Os integrantes do circo Irmãos Almeida eram tão famosos
por essas bandas que quando o circo chegava tornavam-se as atrações principais
nos programas da Rádio Clube. Eram tratados como verdadeiros ídolos pela
população.
Hoje tudo isso acabou, o circo Irmãos Almeida não roda
mais pelas cidades levando alegria para crianças e adultos. Esse encanto acabou,
mas aqueles momentos ficaram gravados na memória de quem viveu aquele tempo
simples e puro.
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