sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Ser pai nos faz ser gente


Crescemos e vivemos de uma forma que não compreendemos a verdadeira dimensão da palavra gente. Acredito que só se aprende a ser gente quando viramos pai ou mãe.
Fui pai aos 51 anos e não me arrependo disso. Foi só aí que aprendi o verdadeiro significado da palavra gente.
Ao ser pai aprendi que é ali que começa nossa verdadeira existência. Não há como negar que viver sem ter um filho (no meu caso, filha), plantar uma árvore e escrever um livro não é viver, é sobreviver.
Um certo dia, não muito longe, sentei a frente de um velho amigo, daqueles de infância, que teve a mesma educação que eu tive e que lembra de tudo que lembro como se fosse hoje. Ali falamos sobre tudo que tivemos na infância e tudo que pudemos passar para nossos filhos.
Sérgio Venturini, amigo de infância, centroavante do Paulistinha, companheiro de escola e de tantas aventuras, concordou comigo que só somos gente de verdade quando nos vemos como pai. Chegamos a essa conclusão depois de refletir sobre tudo que tivemos na infância e que podemos passar para nossos filhos.
Ali, sentado na sua frente em seu escritório, bem em frente a casa onde nasci e também a casa onde ele nasceu, que pudemos constatar que a vida passa, os filhos crescem e é por eles que vivemos e lutamos. Que bom que ainda encontro amigos de infância que corroboram com meu pensamento.
Já passamos da casa dos 60, já vivemos tanto e parece que nada mudou. A única certeza é que tudo que aprendemos lá na infância permanece como ensinamento que preservamos de forma intacta em nosso coração.
Seus filhos já estão criados, encaminhados e sua missão está quase cumprida. A minha ainda tem uma longa estrada pela frente, mas sigo seu exemplo e sei que também vou alcançar meu objetivo.
Quem sabe, um dia, a gente se encontre novamente para comemorar a vida e tudo que ela nos deu. Desde os  tempos de infância, quando éramos simplesmente centroavante e meia-esquerda de um time chamado Paulistinha, que vestia camisa vermelha tingida na oficina do Luciano Venturini e que para nós era um orgulho vestir.

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