Em 1972 o Palmeiras formou uma verdadeira academia que
faria sucesso e conquistaria títulos estaduais e nacionais. Era o tempo em que
qualquer torcedor, fosse palmeirense ou não, sabia de cor e salteado a
escalação principal.
Dois anos depois, mais precisamente no dia 07 de dezembro
de 1974, um sábado, o Palmeiras veio até Campinas para enfrentar o Guarani. Um
jogo que valeu pelo segundo turno do Campeonato Paulista, que terminou com a
conquista do título pelo Palmeiras após a vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians
naquele épico jogo no Morumbi, que determinou a saída de Rivelino do clube de
Parque São Jorge.
Como o jogo era em Campinas, combinei com o Bi Sartorato,
que naquela época trabalhava no Palácio dos Esportes, de propriedade dos irmãos
Hugo e Henrique Stort, e fomos para o jogo, levando conosco o Rogério Monezzi,
hoje médico endocrinologista.
O jogo reuniu mais de 22 mil pessoas no Brinco de Ouro,
que naquela época ainda não tinha o anel superior. Chegamos cedo ao estádio
campineiro e procuramos pelo local onde estava a torcida palmeirense.
Lembro que ficamos atrás do gol a direita das cadeiras
cativas, debaixo de um sol daqueles, para ver um 0 a 0 sem muitas emoções. O
Palmeiras pouco atacou e criou poucas chances para marcar, o mesmo acontecendo
com o time bugrino.
Mas, o que mais contou naquela tarde foi que pela
primeira vez eu estava em um estádio de futebol por conta própria, sem a
companhia do meu pai ou de algum responsável. A sensação foi de que era já não
era mais um menino, tinha crescido e podia andar com as próprias pernas.
Voltei muitas vezes aos campos de futebol, vi muitos
jogos do Palmeiras em diversas situações. Mas aquela, por ter sido a primeira
foi especial.
Mais tarde, já atuando como repórter de campo ou comentarista
esportivo, aprendi que podia torcer pelo meu time apenas por dentro, sem
demonstrar minhas emoções no microfone. Vibrava ou sofria no meu íntimo, mas no
microfone mantinha a neutralidade e o profissionalismo.
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