Todos nós, um dia, começamos a vida profissional e
aprendemos os macetes da profissão aos poucos. Minha caminhada fora dos bancos
escolares foi iniciada como office-boy em um escritório de contabilidade.
Lá, eu era o responsável por buscar e levar os talões de
notas nos clientes, varrer o chão e tirar o lixo todos os dias e ir aos bancos
pagar as guias. Era uma rotina diária que aos poucos fui aprendendo e
absorvendo.
Tudo isso seria normal se a tecnologia não transformasse
tudo nos dias atuais. Não que não existam aprendizes, mas a rotina sim foi
alterada.
Mas, o que mais chama a atenção nessa diferença de mais
de 40 anos é a relação entre cliente e funcionário. Não há mais aquela forma
mais intimista no tratamento.
Lembro que naquele tempo, em qualquer agência bancária da
cidade os funcionários eram conhecidos e chamados pelo nome, assim como os
clientes eram tratados da mesma forma e não apenas como simples números. Era um
tempo diferente, com mais calor humano e isso fazia com que a espera nas filas
não fosse tão entediante.
A cidade tinha, além do Banco do Brasil e das duas
Caixas, o Mercantil, o Moreira Salles, que depois virou Unibanco, o Comercial,
o Itaú e só. Depois veio o Banco do Commercio e Indústria, que viraria Comind.
Entre tantos que naquela época ocupavam seus postos nas
agências, lembro de muitos, alguns que até hoje são amigos e que recordam com
carinho e saudade daquele tempo. Alguns já partiram desse mundo, mas igualmente
são lembrados.
Nomes como Badi Moyses, Zé Aldo Barbanti, Claudio Baston,
Taperá, Dirceu Sartorelli, Bernardina Fadul, Gilberto Anacleto Pereira,
Dezotti, José Roberto Barizon, Iracema Glória de Almeida, Wilson Peluzzi, o
Bagaceira, Adilson Mendes da Silva, Ademir Galli, o pessoal do Banco do Brasil,
como o Armando Bagatella, o Nelson Atala, o Freitas, o Alberto Luís, o Aldo
Piva, o Péricles, entre tantos, eram figuras conhecidas dos clientes. Assim
como os clientes tinham nome e sobrenome e não apenas um simples número de
conta e o saldo bancário.
Esse tempo já foi embora, engolido pela tecnologia e pela
ânsia das instituições bancárias em bater metas, atingir números e transformar
seus funcionários em seres robotizados, treinados para atender primeiro a
insaciável busca por índices. E, não por culpa deles, acabam se esquecendo de
oferecer aos clientes aquele tratamento necessário para uma boa convivência.
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